Ceratocone é uma doença hereditária e de lenta evolução, que provoca redução progressiva da espessura da parte central da córnea, formando uma saliência com o formato semelhante a um cone. Pode se manifestar mais comumente entre os 10 e os 25 anos, com progressão até a quarta década de vida ou estabilização com o passar do tempo.
As causas da doença ainda não são totalmente conhecidas, mas estudos científicos apontam que tais alterações na superfície da córnea sejam resultado de inúmeros fatores que contribuem para a perda de elementos estruturais da membrana que recobre toda a frente do globo ocular, variando desde a queda no índice de colágeno até o ato de esfregar ou coçar os olhos com frequência.
A doença também pode ser comum em pessoas com Síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas como, por exemplo, a catarata.
Atenção para os sintomas
Os sinais do ceratocone variam de acordo com a fase da doença. O sintoma mais característico é a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida tanto para perto quanto para longe, obrigando o aumento frequente do grau das lentes dos óculos até que se tenha que recorrer ao uso de lentes de contato. Outros sintomas comuns da enfermidade são:
1 – Sensibilidade à luz;
2 – Visão noturna comprometida;
3 – Visão dupla;
4 – Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto;
5 – Formação de halos ao redor das fontes de luz.
Formas de tratamento
No início da manifestação da doença, quando a deformação da córnea ainda não é grave, o uso de óculos é indicado para uma melhor acuidade visual. Com o avanço do ceratocone, os óculos podem não ser mais suficientes para proporcionar uma boa visão, e o uso de lentes de contato, que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea, pode trazer resultados visuais surpreendentes.
Se o ceratocone estiver em evolução, pode-se aplicar o chamado crosslinking de colágeno, uma intervenção que utiliza a instilação de vitamina B2 na córnea, seguida da aplicação de um feixe de luz ultravioleta para fortalecimento das moléculas de colágeno.
Como alternativa cirúrgica para melhorar a visão, em certos casos são indicados tratamentos como os anéis intracorneanos, utilizados para regularizar a curvatura da córnea.
Por fim, o transplante de córneas só é indicado para casos avançados, em que o paciente deixa de responder às demais formas de tratamento.
Prevenção do ceratocone
A melhor maneira de prevenir a doença é realizar o controle de sua evolução em pessoas geneticamente predispostas por hereditariedade. Este controle passa pela correção do hábito de coçar os olhos com frequência, pelo correto tratamento de rinites alérgicas, alergias dermatológicas e asma.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, o ceratocone afeta anualmente cerca de 150 mil pessoas no país, por isso, é fundamental a consulta periódica com o oftalmologista, especialmente em casos da doença na família.
Se você tem dúvidas sobre o ceratocone, outras doenças oculares ou formas de preservar a boa saúde dos olhos, consulte seu oftalmologista. Ele poderá lhe dar todas as orientações sobre o assunto.
